segunda-feira, 19 de julho de 2010

...Certos no erro...

Recuperei a minha sombra. Tinha-ta vendido por meia dúzia de tostões contados e sabe-se lá quantos milhares de olhares rebuscados. Fiz-te a vontade, desarmei-me de desejos para te poder Amar, fiz-me fraco para te tornar forte. Pretensões inalcançáveis. Missões impossíveis são isso mesmo, até para quem acreditou em epopeias vencidas, milagres que aparecem de simples toques, e palavras ditas, fossilizadas pelo tempo.
Os teus lábios estão cravados nos meus, as tuas mãos ainda passam sobre o meu corpo aquecido pelo teu olhar, e as tuas palavras ficaram tatuadas no meu, agora, respirar ofegante habitual. És o mais puro cansaço, e o mais inédito dos Amores contados, escritos, rabiscados, e lentamente rasgados. Pelo menos a minha imaginação assim te recria e descreve antes de eu adormecer. O meu coração, ho esse, já nem te sonha, nem te pinta com cores aguadas e suaves, apetecíveis a todos os olhares vorazes, e gostos que vivem a incompletude.
A minha alma já é outra, e a essência revestiu-se de boa educação e deixou-te por completo, oferecendo-me um novo céu, novas chuvas convexas, novas montanhas para escalar, e veja-se bem, novos sorrisos para desbravar. É esta a minha vida. Uma verdadeira Fenícia de vastíssimos pastos verdejantes, que produzem a maior das virtudes que tu nunca alcançarás: a Felicidade. Onde vivem os mais valorosos guerreiros, que seguem as pegadas dos sábios oráculos…exacto, esses contadores, não de histórias, mas de estórias, já de si arcaicas.
Bem, recolho-me cheio de encanto e brilho aos olhos do mundo, que é meu porque o construi, em cima de uma nuvem á minha escolha, onde só o meu sol, e mais tarde as minhas estrelas, me poderão observar a levitar nesse voo que trespassa as escalas do tempo e compenetra nesse teorema a que os comuns dos mortais chamam Amor.