segunda-feira, 25 de agosto de 2008

certezas para quê?


Olhava para todas as paredes, para todos os cantos, para todas as frinchas…fugia daquele calendário que tinha pendurado e que mostrava aquela data de á três anos atrás, quando me dei a ela pela primeira vez, quando a tive pela primeira vez, quando disse pela primeira vez na minha vida que a Amava de verdade…Amar de verdade é suicídio!
Aquele primeiro beijo, em tudo perfeito, era o primeiro beijo de adeus. Quando me desejavas boa noite estavas a querer dizer até nunca. Hoje sentia saudade…
Deu-me uma súbita vontade de sair pela porta que dava para o exterior, para o mundo da acção, para a vida; saí devagarinho para me habituar aos raios solares que já não me tocavam de á três anos até a data, decidi caminhar para onde quer que os meus pés me levassem. Quando dei por mim estava já a 5 quarteirões da minha casa, os meus pés não paravam, continuavam afincadamente. Até que, esbarraram naquela avenida…
Pensei que ganhava ao passado nas rectas, mas, ele apanhou-me na curva!
Ali estavas tu! Vendias sorrisos como sempre, lançaste outro feitiço de Amor, não sei bem se tenho inveja ou pena… o que é certo é que há coisas que nunca mudam!
Lembro-me dos rios que chorei, agora estranhamente secaram, perderam caudal. Tenho um dilema. Não sei que fazer. Tinha uma falsa esperança que voltasses para mim. Seguiste a tua vida.
Agora é ele que te diz o que queres ouvir…
Queria ser eu a dizer-te as palavras que tanto precisas, dizer que te Amo, que estou sempre do teu lado, que os teus olhos brilham e me aquecem, que gostava de ser o ar que respiras, que eu sou teu…mas não, estas palavras já não as ouves de mim, mas são minhas!
Procuro na minha sabedoria interior a resposta para o que fazer, acho que a descobri, deixo-te caminhar lado a lado com o teu novo Amor. Viro costas. Sinto uma mão nas minhas costas, deduzo por segundos que seja o peso da minha consciência a empurrar-me para fora daquele teatro mal encenado. Mas era ela! Viu-me e correu para me vir perguntar como estava…pergunta estúpida para a ocasião diz ela…de facto era! Mas pouco me importava. No meio daquele silêncio dizes-me que tens saudades minhas…pfffffff…ridículo!
Um dia quis-te ganhar no teu jogo, mas hoje, o jogo é meu! Hoje brilho como um diamante! Rolo como um dado que calha mesmo no número seis…a sorte protege o audaz. Caia o Carmo e a trindade se estiver errado! Hoje jogas a tua parte, hoje jogo o meu jogo!

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