sábado, 22 de junho de 2013

"...Canções do vento..."




                                               
 Hoje acordei e o mundo estava escuro e sem sabor, a vida havia definhado, e o calor sentia-se gelado, em formato de calafrio. Porque te escondes nesse teu refúgio estreito, coabitando com as cores mais escuras dos nossos corações, erros da nossa criação, quando o dia só é dia quando tu sorris, e a noite só se encerra no céu quando os teus olhos se fecham ansiosos por descanso? A luz só rasga o mundo quando tu te levantas com essa coragem sem fim, e a vida só aparece quando tu pisas a terra com os teus pés de princesa de conto de fada, adornada do teu vestido branco esvoaçante e dos teus cabelos dourados que diria darem cor ao sol. Aliás meu amor, tu dás cor ao mundo, ao meu mundo, ao nosso mundo, e se grande algum dia esse mundo for, eu to deverei a ti! Por isso deixa-me segurar o embaraço dos teus cabelos e tirar o peso que exerce sobre os teus ombros. Deixa-me beijar-te e retirar os anseios esmagadores de que padeces no íntimo da tua alma. Deixa-me segurar no mundo contigo e ser a tua força até que encontres força em ti e o cansaço fuja com medo do teu tão enorme tamanho, meu amor. Permite-me tirar o teu vestido e ver-te por dentro, segurando o Amor que é tão maior que eu e tu, e acrescentar em ti mais daquilo que a nós jamais pertencerá. Bebe dos meus lábios o fluido que derrama em ti a paixão, e deixa-me banhar-te nessa água salgada que purifica as nossas Almas, para que num abraço renasçam juntas, mais fortes, maiores, mais nossas!
Por favor segura a minha mão, porque sem a tua mão não existe estrutura que se sustente de pé, o mundo começa a ruir, e a alegria foge com pretensões longínquas. Levanta-te neste dia mais meu amor, para que o sol volte a brilhar, e o calor possa aquecer o meu coração. Caminha até aos meus braços para que num abraço sem fim te leve nesta viagem cheia de trilhos difíceis que é a vida, sussurrando-te ao ouvido a promessa de que jamais te deixarei cair.

Hoje eu sou força e tu descansas!

quarta-feira, 3 de abril de 2013

"...Cantiga do Amor..."


"...Vem que Amor, não é o tempo, 
nem é o templo,que o faz;
Vem que Amor, é o momento,
em que eu me dou e tu te dás..."


Rodaria o mundo mais rápido se soubesse que no Universo há um sonho maior que os seus, meu pequeno regalo! Mudaria ele as estações do ano, e o sol eclipsar-se-ia para te esconder de mim meu amor. Tentaria ele tirar-te de mim como se de algo possível isso se tratasse, como se por momentos pensasse ser o mundo maior do que o Universo em que foi criado. E sabes porquê? Porque nunca o mundo sentiu tal cheirinho, por mais que das flores se soltassem mil aromas desconhecidos e perfumes ancestrais proibidos às mais belas musas inspiradoras das mitologias escondidas nas areias dos tempos; porque nunca o mundo viu uma pele mais suave do que seda, que quando embebida em suores apaixonados é capaz de se fundir com a pele daquele que nem num milénio o mereceria; porque nunca o mundo experimentou lábios que o beijassem e o fizessem parar, nem tampouco foi feliz com um simples olhar por mais enamorado que estivesse com essa lua nua e sozinha no céu estrelado; porque jamais esse pobre mundo soube que poderia criar o seu próprio mundo se verdadeiro Amor nele habitasse e se a sua Alma fossem duas!