sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

"...Ponto Caramelo..."

"... I´d hold you,
i´d need you,
i´d get down on my knees for you
and make everything all right
if you were in these arms tonight..."

O coração bate. Faz a sua função. Pede-me desculpa por me trair. Por te trair.
O anoitecer foi doloroso. Gemi, esperneei, senti. Não queria. Tento desesperadamente fazer-te sobreviver no meu mundo. Como se fosse o teu Deus. Deveras. Não sou mais que uma banalidade e tu compreendes porquê, pensando.
Daí, onde quer que estejas, sabes que venho para a praia escrever porque te sinto aqui. Já cá não vinha há muito. O mar continua a puxar-me tal como fazias ao meu casaco quando querias olhar nas coroas do meu olhar esverdeado pelo sol. As ondas batem sincronizadamente, estranhamente harmoniosas nesta época cinzenta do ano. Sou capaz de confundir a chuva com as minhas lágrimas. Lágrimas que fazem marés, lágrimas que enfrentam as leis da física para cair, apenas cair. O meu corpo pede-me o sal desta água. Tem parte de ti. Amaste-me aqui quando o teu olhar aquecia até a mais gelada das águas. Quando o mar acalmava á tua chegada. Quando saias com o cabelo molhado e o meu ser não queria largar o teu.
Hoje, pois bem. Hoje há uma essência diferente no ar. Vens ao meu encontro mesmo sem te ver. A minha alma cegou nas batalhas que lutei por nós. Mas estás aqui. Tenho a certeza. O teu toque é inconfundível. Continuas com essas mãos geladas que tantos dias aqueci com as minhas. Tocas-me. Arrepio-me. As lágrimas cessam. Devolves-me o calor que há muito havia perdido.
Abraça-me. Beija-me com os teus lábios, vermelhos cor de paixão. Esventra-me com esse suspiro que tira de mim o mundo e as estrelas sem dor. Rasga-me com o teu olhar penetrante, brilhante diria, e solta em mim suores salgados em paixão por ti. Toca-me com as tuas mãos. Ho, por favor, toca-me! Imploro-te…
A chuva cai. Cai e pisa, cai e molha, cai e faz-se ouvir. Cai em mim. Cai em ti. Cai em nós. O teu olhar arrefece-me, mas o bater do teu coração está sincronizado com o meu. Sinto o calor que tens dentro de ti. Apenas o libertas para mim. A minha língua passa sinuosamente no teu corpo despido. Gemo de prazer. Estremeces de paixão. Corro-te nas veias. Sou espectro da tua alma que penetra em mim.
Ho, por favor, quero-te! Desejo profundamente que não sejas mais uma miragem, que não passes de um sonho fruto da minha imaginação sem limites.
Sente-me. Sou, em cada poro que tocas, mais teu. Cada respiração, cada gemido, cada movimento é teu e só teu. Entrelaça os dedos dos meus e não me largues.
Eu preciso de ti aqui.

sábado, 7 de novembro de 2009

"...Derreter da lua..."




"...The autumn leaves drift by my window
The autumn leaves of red and gold
I see your lips the summer kisses
The sunburnt hands i used to hold..."









Perdi um minuto. Apenas um. Um minuto da minha vida de mão dada á tua, sabendo, claramente, que era tudo que nos unia. Não éramos mais que dedos entrelaçados na tentativa de recuperar os minutos perdidos de toda uma vida. Subscrevo. Era o vazio completo. No entanto era aí que achava a minha força de vontade, tornava o vazio em espaço e preenchia-o com o sol de outras paragens. Eu e tu não passávamos da ilusão na ilusão, éramos projecto embrionário de um Amor requintado e, inédito ou não, recheado de prazeres escondidos por ventos desnorteados.
O engraçado é isto que me rodeia. As folhas outonais caiem lentamente, descansando no chão e colorindo-o de tons de amarelo, laranja, e um dourado subtil. Os rouxinóis assobiam canções como se de harmónicas se tratassem. Enchem a atmosfera de ruídos perfumados e de voos sinuosos cortando o vento.
Na praça os namorados caminham lado a lado acariciando os seus rostos, beijando as suas bochechas, bailando de mãos dadas na valsa do Amor cuja banda é a filarmónica das árvores que virtuosamente abanam os seus ramos criando uma batida harmoniosa ao ritmo do vento galopante.
Contra a maré de pensamentos descobri-te ao meu lado. A tua mão abraçava a minha e o teu corpo aquecia o meu. Tu sorrias-me, e, por um momento, o primeiro e insondável momento, fiquei feliz. Consegui sorrir-te com o brilho da lua, e apercebi-me que no teu olhar detinhas uma aurora boreal de completude da minha alma. O segredo estava em descobrir-me em ti. Agora entendo. Tinha desistido á muito de me procurar em ti, sabendo desde sempre que o fundamento da minha vida era o brilho do teu olhar. Eu saía de ti no teu suor, circulo-te nas veias, sou o brilho do teu olhar, e o desejo mais profundo na tua alma era o meu corpo deslizar sobre o teu naquela praia em que assistíamos ao pôr do sol.
Mal ou menos, é esta a verdadeira pandemia do mundo. Individualizamo-nos quando no mundo somos um só. Vivemos cegos por nós próprios quando, amiúde, somos deveras melhores quando nos encontrámos dentro das pessoas que mais Amamos.
O sol do Outono fugia no horizonte dando lugar á lua cheia, e a um friozinho, agora, estranhamente agradável. Sentei-me ali mesmo. Cheirei, senti, saboreei, a atmosfera circundante. Recordei-me que se não fosse a capacidade de sentir o mundo era pintado a preto e branco, dei o valor que já devia ter dado á muito ás pequenas coisas. De pequenas coisas se fazem as grandes. De um simples olhar nascem paixões eternas.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

.....Sabedoria ou falta dela.....

Sente. Sei que o sentes. Hoje todas as minhas palavras vão ser falsos murmúrios, falsos sussurros. Vais pensar que subi, mas não, desci, tropecei e cai rápido como uma flecha aos teus pés. Hoje sou como uma varina. Tento vender-te o peixe que supostamente não quero. Mas quero. O esforço de to vender é tal que o pescoço fica dormente. Ainda assim não o aceitas. Pelo menos, roubas-me um olhar. Um olhar com cheiro a mil hipocrisias. Mas eu faço o meu trabalho ainda assim.
O vaticínio é a minha divindade. Profecias não podem ser mudadas. São destino de alguém que nem imagina tampouco o que o espera. Ridículo. Eu sei o que me espera. Tu fazes questão de mo dizer todos os dias. Esventras-me, róis-me, torturas-me, rasgas-me, feres-me, degolas-me, e ainda te ris de seres sangue do meu sangue. Mas sabes, eu tenho aquilo que tu perdeste. Tenho a capacidade de Amar alguém que não devo e alguém que o merece. Engraçado que até tenho a capacidade de Amar quem no mundo me desenhou a lápis de carvão, com cheirinho a salsa e coentros untado com azeite e saboreado com alho. Depois veio o limão estragar tudo, pensaste tu. Só me deu mais sabor e me tornou bem mais apetecível. Sabes o que me tirava da Perfeição? Tu. Sempre me agarraste como se da tua vida se tratasse. Eu sou vida minha. Vida alheia e perdida longe de ti. Vida que se quer escapar de ti com asas feitas de nuvens e de ventos vindos de leste. Amas um ser mais que a ti própria e com razão admito. Mas…e a tua volta? Pois é…já reparaste? Tudo te fugiu do coração. Tudo o que achaste primordial desamarrou-se de ti e hoje foges á verdade que os teus olhos espelham mas não vêm. Estás cega pelo teu mundo virtual, pela tua dimensão exterior, pelo teu ideal de doutrina perfeita, e queres cegar. Hoje estou inconsolável. Tenho mais pena de ti que de mim. Só és assim porque a felicidade mudou de conceito para ti, e o Amor que sempre quiseste era um cavalo de Tróia recheado de titãs em busca de guerra, e poderio. Eu quero autarcia em mim, quero ficar longe e perto. Quero ser pai, mãe, filho, avô e avó. Quero recuperar as forças que levei 18 anos a destruir até hoje. Se me leres aqui nestas palavras, esquece. Não leste. Este não sou eu. Sou o espectro que criaste e pintaste a vapor negro. Sou a aberração que aperfeiçoas todos os dias. Só estou aqui para te dizer uma coisa…profecias dita-as Deus. E tu nem as podes recitar. Prelúdios dito-os eu. Histórias contam-me os teus olhos. Choras lágrimas de sangue ás quais eu dou valor, mas eu choro água. Choro pureza. Choro cansaço e desilusão por mim e por ti. Só queria que fosses feliz. Só queria que o teu diário aos 17 anos tivesse sido de uma menina da tua idade. Assim deixavas-me viver em tempos hodiernos, e assim não perdias o sentido da vida em busca da felicidade conjugal. Infelizmente há mães que são meias mães, meias progenitoras. Só queria que entendesses este texto. Mas não entendes.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

"...O que as estrelas contam..."

No outro dia vi-te sabes? Fui á praia por apreço á minha alma, e por saudade da tua. Pensei que havia uma tempestade, mas não. Aparentemente devia ser uma intempérie no meu interior. O sol iluminava as campinas circundantes. Os fetos e as heras cobriam as casas antigas no topo das dunas e sombreavam o areal com as suas formas irregulares. O vento, estranhamente, era de sul e ao tocar no meu rosto beijou-me com o aroma de mil manjericos, e a doçura do chocolate derretido por saborear. Fez-me girar a cabeça de encontro ao brilhante areal aquecido muitas vezes por nós. Recordas-te?
O caminho por entre as dunas ficava logo á esquerda. Durante muito tempo este foi mesmo o meu miradouro. Vinha para aqui ver todos os fins de tarde. As gaivotas voavam em direcção á areia fina e dourada que emana calor, tal como o meu coração por ti. Mas não, não ia ver as gaivotas, o areal, o mar ondular sobre os meus olhos tantas vezes verdes, nem sentir o calor aprazível do final de tarde. O que me trazia aqui todos os dias era a miragem que tinha de ti. Era teu espectador. Eu, o sol, e o espreitar da lua absorvente, esplendorosa, e rainha do teu ser. Ai como amava. A tua sombra aumentava á medida que caminhavas, diria eu, em direcção á bola de fogo laranja eclipsada pelo horizonte. Os teus pés ao tocar a água eram força da natureza. Criavam correntes. Eram génese de vida. A maresia era o teu vestido, e as rochas os teus adereços. Eras um só com o cenário. Eu sorria enquanto passava a mão no meu cabelo engelhado. Eras divina. Sentia-me divino contigo.
Antes podia passear contigo aí em baixo. O areal era o nosso reino e tu a minha princesa. Sentavas-te e deixavas-me silenciado. Já sabias que o meu silêncio era prelúdio de um Amor em crescimento e de uma paixão efervescente. Gostava quando te tocava. Estremecias e escondias a lágrima no canto do olho. Eu tirava-te a mão para que chorasses. Choravas o Amor que nunca tive, uma paixão que deleitava o bater do meu coração, e o desejo de teres o meu corpo e partilhares comigo a noite.
Um dia, neste mesmo mar, entraste comigo para te render ao desejo infinito de seres um só comigo. A praia era nossa. Contudo, por momentos não havia praia. Eras tu, eu, e a nossa união de corpo e alma. O prazer que sentimos fazia mover cada pequeno músculo do nosso corpo, e as nossas veias latejavam quando beijavas o meu corpo salgado. As tuas mãos entrelaçaram-se nas minhas e tocaste o meu corpo como se fosse a última vez. Mal eu sabia que era.
Agora não passo disto. Um mero contador de histórias sobre o maior Amor de todos os tempos que acabou. Um néscio e serôdio apaixonado. O teu observador.
Tudo que reparo agora é na tua falta de equilíbrio. Tantas vezes foram as que te dei a mão para não caíres. Outras tantas já te tirei do areal onde caias com frequência. E agora sempre que cais não sais do chão. Mas reconheço esse olhar. Esse toque insubstituível será sempre meu. Sinto-o.
Estás mais fraca sem mim porque te transporto comigo. Deste-te e não te devolvi.
O que tu não sabes é que hoje tudo mudou. Hoje quero sentir-te. Hoje quero beijar os teus lábios e senti-los afogarem-se em lágrimas de alegria. Quero que entres no mar comigo e me tenhas só teu. Quero a minha vida e a tua a deslizar como gotas de suor dos nossos corpos.
Desço as dunas em passo lento. Tu paras ao ver-me. Se calhar não me reconheces. Esta é a imagem mais linda que tenho de ti. O Sol bate-me nos olhos e tudo que vejo é um espectro brilhante com a tua silhueta. As tuas lágrimas voltaram a cair. Hoje limpo-tas de novo. Agora fecha os olhos e sente-me.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

"Crónicas de idade avançada"

Então escuta bem. Já tenho a tua foto no bolso da camisa comida pelas traças. No meu passo envelhecido, caquéctico, tento desesperadamente enfrentar as memórias, nuas e cruas, que lutam, moem, rasgam contra a minha vontade de alcançar aquele areal onde criámos a razão das nossas vidas, e a nossa maior fraqueza. Olho firmemente o horizonte. Era aqui que o nosso Amor era criado, recitado, cantado e aplaudido pelos deuses. As rochas típicas do litoral norte português foram muitas vezes a canoa que nos fez sonhar mais alto e mais longe, que nos fez acreditar num sempre verdadeiro, e num Amor crepitante de desejo e paixão.
Abandonaste-me, e ainda por cima levas-te contigo a minha alma. Deixaste-me só. Perdido. Desfeito. Mergulhado numa miríade de sentimentos afogados neste mar e maresia que me cortam, recortam, desfalcam, abalroam, desde desse dia.
A minha felicidade era quando largavas a minha mão ao fim da tarde e corrias pelo areal de lés a lés, desafiando o vento contrário do norte, só para sentir o teu cabelo ao vento. E eu, qual apaixonado, via-te com olhar atento, tão brilhante como aljôfar, com o cabelo em gaforina, e o coração a bombear a pureza apócrifa do Amor eterno. Ainda hoje penso, escamoteado, que apesar da velhice comprovada pelas rugas e a pele queimada pelo sol, vives dentro de mim, corres nas minhas veias. Pura ilusão. Miragem de tempos antigos.
E as nossas noites nas dunas? Cheirávamos a maresia, sentíamos o ar nocturno, imaculado, salgado, tocar os nossos corpos abraçados ao ritmo da ondulação badalada com sulcos irregulares, respirávamos essa paixão que emanávamos até as estrelas sibilantes e bebíamos da lua prateada nos nossos lábios que aqueciam até os corações mais gelados.
Mas hoje estou aqui para dar o passo em frente. Estou aqui para te dizer de joelhos, doridos pelo mais de meio século de vida, que quero a tua alma e a minha de volta. Quero que me beijes, quero tocar em cada poro exsudado por mim em ti. Quero-te dizer que passe o tempo que passar, estas mãos que trabalharam os campos deste país, que nos sustentaram, este corpo que te tocou infinitas vezes com a volúpia ardente, esta paixão que provocou fremitação quer-te perdida de amores. Isso, amores. Nunca entendi porquê que me deixaste, ou melhor porquê que o Amor nunca me deixou. Mas hoje sabes que ainda te Amo. Hoje vês os meus olhos verdes á luz do sol brilhantes como os dos meninos, e o meu coração já sabe que tudo o que me deixaste não foi mágoa nem ardores súbitos e frios na coluna, mas sim, a esperança de um dia te ter outra vez.

domingo, 19 de julho de 2009

"A idade dos perdidos"

O meu caminhar está mais pesado e espaçado. A palheta que levo na boca torna o meu assobiar mais sereno e melódico, destrona qualquer melancolia causada pelos caules finos das plantas ribeirinhas que se deixam levar, hirtos, numa bela dança pelo sopro do vento norte a galope. O terreno é acidentado. Na verdade, ainda não tive tempo para o pavimentar. Está assim desde o dia em que enfim…
No horizonte o sol parecia um quarto de laranja cortada pelo telhado da nossa velha cabana que nunca cheguei a terminar. Dói só de olhar. As memórias de um Amor vivem aqui debaixo desta cabana. Recordo-me, penosamente é um facto, de quando fugíamos de casa quando a lua cheia estava já bem no alto e os nossos pais já dormiam profundamente. Éramos dois fugitivos vigiados pelas estrelas. Dois fugitivos loucamente apaixonados, eternamente prometidos um ao outro pelos deuses que vivem nas margens deste rio. Era esta a nossa paragem. Atrelado a nós trazíamos sempre a frescura do ar deste vento que faz mover moinhos, e nos fazia mover a nós. O Pequeno barco, do velho que um dia deixou esta casa abandonada, abarcou muitas vezes connosco enquanto navegávamos nesta pequena lagoa onde o rio descansa. Nele uma vez escrevinhei com um pau o teu nome. Ainda hoje aqui está. Pensei com toda a minha inocência que isto poderia, talvez, perpetuar a nossa relação. Em vão, como sabes.
Neste alpendre desgastado, também ele, pela idade e quem sabe pela minha falta de sorte, fizemos a lua, o sol, as nuvens, e amor. Amor, pensei eu. Fui enganado por sentimentos mesquinhos que adorava sentir. Sim esses mesmos, quando te senti as entranhas que me aqueceram loucamente o coração, quando o teu toque fazia libertar em mim gemidos de prazer abrasivos como as cinzas de um grande fogo, quando o prazer evidente nos teus olhos azuis mais lindos que o mar, mais claros que o céu na primavera, mais vibrantes que o cantar de um tenor me sufocavam num oceano sem fim de paixão. Era, realmente era. Agora no alpendre só tenho a minha guitarra. Aquela que tocou, amiúde, para ti. Uma corda já se partiu e bateu-me. Ironicamente foi o que me fizeste. Partiste e ainda me esbofeteaste a alma. Infelizmente não és uma “corda” recuperável. Infelizmente? Peço desculpa, felizmente.
Ainda agora brincas comigo. Sinto-te todos os dias sobre mim a abraçar-me como se não me quisesses deixar. No outro dia estava no alpendre e julguei que me tivesses beijado. Nem aí em cima, para lá das estrelas e do cosmos misterioso, na terra onde todos vivem eternamente, me deixas em paz.
Bem, resta-me o meu passado escrito com tinta indelével que tu própria criaste, pintaste, desenhaste, rabiscaste, engendras-te. E agora os meus dentes rangem como as portas velhas, os músculos tremem como o teu cabelo em desalinho, os dedos estalam como castanholas sevilhanas, as estações do ano entram em alvoroço e turvam a água que deixaste diáfana como aljôfar.
A vontade de viver aparece serôdia, quando aparece, múltiplas vezes não chega a ser hipótese. Pois, nem eu compreendo o que digo. A minha sabedoria é cega surda e muda e vive no inverno, isso te garanto. Mas sabes, gostava de voltar a sentir que 1 mais 1 podem ser 3, e que a totalidade é maior que a soma das partes, que o impossível pode ter um “se” e que todas as situações deixam de ter um “mas”, que os rios nascem no mar, e que a lua pintámo-la nós nas noites em que os besouros pousavam na nossa cabeça como se fossem a nossa consciência. Enfim, já percebi. E se eu sorrir? Virás tu perseguir-me e beijar o meu nariz como fazias? Ou vais deixar-me energúmeno e néscio como os salmões que apanho para sustento?
Que raiva. Fazes-me sentir um sortudo na vida, e acreditar que me abandonaste aqui neste mundo cruel com Amor. Até me fazes achar que no mundo há pessoas bem piores do que eu que todos os dias lutam com a vida ao contrário do que faço por ter desistido. Porque me fazes cair em utopias e mexericos de que morreste a dizer o meu nome e me Amavas? Porquê que eu sinto que te Amo? Explica-me este deboche.

terça-feira, 7 de julho de 2009

"(Des)centralização"

O passeio alegra-se, aparentemente, com as pisadas despreocupadas dos transeuntes que navegam sobre a calçada portuguesa desgastada pela maresia. Que rica maresia. Afoga as minhas narinas da terceira idade com cheirinhos de décadas, séculos, milénios, transportados pelo vento intemporal.
As ondas batem nos rochedos típicos desta costa norte portuguesa, e soltam lindos arco-íris momentâneos. O sol brilha lá bem no azimute. O relógio de um dos bares marca precisamente a meia hora da tarde. Pouca diferença faz para um velho como eu. Uma velha criança como diz a minha única filha. Velhas só tenho as minhas memórias. Memórias que discorrem da minha visão como hologramas. Pois é…ainda te vejo a correr neste areal com o teu ar desajeitado mas encantador, o teu cabelo dourado a esvoaçar ao sabor do vento fresco da manhã, os teus olhos mais azuis que o mar mais vivos que as ondas que devoram a costa. Esses olhos que me convertiam num servo do teu coração, e me faziam venerar o amor. Essa palavra, amor. Amor que nunca entendi mas sempre senti. E daquela vez que nos sentamos naquele rochedo? Ainda lá estão pintados os nossos nomes desde do dia em que nos beijamos pela primeira vez. Recordo-me perfeitamente. Tinha eu 18 anos e tu uns meros 16 anos. Como eras linda já nessa altura. Todos te queriam até os filhos de famílias da mais nobre casta. Mas tu quiseste-me, a mim, filho dos mais pobres pescadores. Pobres mas humildes. Mas nesse dia beijaste-me na mesma. Sem pensamentos. Com coração. Os teus lábios tocaram os meus e o sabor adocicado do teu batom invadiu-me e conquistou-me.
A partir desse dia o mar passou a ser a minha casa. E aqui estou eu como faço todos os dias antes do almoço, com a tua fotografia a preto e branco no meu bolso da camisa para te sentir bem mais perto do meu envelhecido e gelado coração e para enganar-me de forma a pensar que para ti foi o mesmo que para mim. Sei que não foi, senão porque partirias?
O que é certo é que agora nada é igual. O Vento sente a tua falta, o mar já não bate nas rochas com tanto vigor como naquele dia, as gaivotas já não se pronunciam com tanta vontade, o sol já não brilha com tanta intensidade nas pálpebras dos meus olhos verdes carmesim, a areia já não é da cor do teu cabelo, e o mar passou a ser mais vivo que o teu olhar. Talvez não. Talvez no fundo seja apenas eu que sinto a tua falta. Talvez seja eu que não me perdoo por te ter deixado perecer perante a enfermidade. Por não te ter segurado a mão quando tiveste a nossa filha, o nosso milagre. Por não te ter ouvido quando murmuravas que me Amavas. Fui idiota o suficiente para me deixar levar pelas grandes coisas do mundo e não pelas coisas pequenas mas com maior importância.
E agora desejo-te aqui comigo e tenho apenas a atmosfera que já não me faz sentir seguro. Tenho aquela vontade de te ir buscar á escuridão onde te encontras, ou á luz onde vives sem mim tão fielmente. A minha vida passou de esfera emocional, á espera eterna pelo teu rosto junto ao meu, passou de felicidade exacerbada e contagiante á memória aliciante e incrédula de que um dia te verei.
Já não sei respirar. No fundo só quero parar de o fazer e partir em busca de ti e do nosso amor que desperdicei. Mas por outro lado sou feliz aqui nesta praia. Faz borbulhar em mim o prazer que nunca tive contigo, nem tão pouco nas noites que passávamos juntos ao pé da lareira da nossa casa. Agora sou mais do menos que me deixaste, sou mais ou menos aquilo que sempre quiseste que fosse, e não sou nada do que quis ser.
Está decidido! Hoje vou ser só eu e o amor que te substituiu, o meu reflexo na água.

terça-feira, 9 de junho de 2009

***Assintomáticamente feliz***

A chuva extemporânea cai a par e passo com os meus gemidos ressoados pela humidade, e pelas memórias que tenho de ti. Saudade diria eu. Saudade de me Amar. Saudade de me Amares.
Apesar de tudo, acordei com uma invulgar sensibilidade. Sinto-te aqui comigo. Invades-me com um frio do outro mundo, penetras-me como um ser espectral e gelado como o ódio, que tento abafar, sem resultados, com o teu antigo cobertor. Pois, agora que penso bem era nele que te aquecias nos dias de frio, era nele que me enroscava abraçado a ti á uns quarenta anos atrás talvez, e sentia as tuas mãos frias junto das minhas que te aqueciam. O teu coração, por outro lado, aquecia quando, de um momento para o outro, já estávamos deitados no chão e o frio já não importava. Aquecidos pela loucura dos sentimentos á flor da pele, das palavras escritas no ar com cheirinho a desejo, dos vibrantes gemidos de prazer que soltávamos com cada movimento, com a paixão que emanavas de cada poro quando a minha mão te tocava de lés a lés. Os deuses ficavam invejosos de nos ver. Mostrávamos o verdadeiro sentido da vida, a particularidade dos seres mortais, o Amor. Eu tinha esse privilégio, e sentia-me mais poderoso que qualquer deus, bem me recordo. Por duas vezes fizemos o maior dos milagres, criámos vida.

“Avô a mamã trouxe-me para brincar consigo.”
“Ai foi meu riquinho?”
“Pai continuas aí sentado e coberto? Está um calor insuportável aqui dentro homem.”

Estás a vê-los? Nós fizemos algo perfeito. Porque continuas a querer destruir-me com esse frio? Já me chega o Inverno da vida em que me deixaste. Aliás foi das poucas coisas que me deixaste além das memórias, e o medo de não te ter. Sozinho não consegui mais do que este corpo envelhecido e alma de criança, este olhar esquecido com sorriso de bebé, e esta idosa sabedoria que me faz viver.
Estás a sair das minhas entranhas. Eu sinto-te a afastar. É não é? Sentes o mesmo que eu…Esta luz que é vida criada por nós, este Amor que passámos não quando estávamos no chão mas quando nos dávamos de coração, faz aquecer até o oculto, faz aquecer as almas penadas deste mundo. Perdoem-me o engano, as almas penadas do outro mundo porque neste, ho neste, é só há almas empenadas. Sim empenadas! Há almas que se dizem divinas mas nunca fizeram mais do que falar e pedir dinheiro àqueles que todos os dias trabalham sol a sol para ter um bocadinho de comida no prato. Eu sou divino realmente. Fui divino quando fiz milagres contigo, fui divino toda uma vida. Até a minha sabedoria é divina e ninguém sabe.

“Avô é o sol?”

O sol apareceu sorrateiramente por detrás de duas nuvens escurecidas pelas gotículas de água viajante que se mantiveram em suspenso e deixaram de bombardear o mundo. O sol abriu-se em mim também. Dividiu-me ao meio. Esta não é uma luta minha. É uma luta do mundo!
É a luta do camponês que trabalha quanto pode para apenas comer. É a luta do que nada tem para viver. É a luta do que tem alguma coisa mas não tem nada. É a luta do que tem muito e nada sabe. È a luta do mundo desde que ele foi inventado. É a grande guerra do Mundo contra si mesmo. Ups, peço desculpa eu não me meto, sou divino!

domingo, 17 de maio de 2009

Sou Feliz!

O barulho dos queixumes ressoava no quarto gélido deste rigoroso inverno. Inverno da vida. Os meus 85 anos não perdoam. O frio pesa e os meus ossos lutam para não ceder. Sou só eu. A almofada sente saudades de cheirar o teu cabelo dourado deitado sobre ela. Eu, pois bem, eu sinto saudades de ser a tua almofada, colchão, colcha e cobertor. Protegia-te do frio, refrescava-te do calor, absorvia a tua dor, escondia o meu medo. Amor era o que era.
O tempo tem-me ensinado, mas não tem feito esquecer o dia em que jazias deitada nesta mesma cama sem fôlego. Haaa…sem fôlego. Sem fôlego ficávamos quanto nos podiamos beijar, quando nesta mesma cama suávamos gotas de paixão, provávamos que tivemos dois filhos de pura redenção amorosa.
A aurora aproxima-se e ainda não pisquei olho. Diabos me levem se esta reforma não é aborrecida. Reforma do trabalho, reforma da vida, reforma de ti. Não sei porquê mas sinto arrepios sempre que olho para a nossa, quer dizer, tua, ou, talvez minha foto. Terá vida? Terás vida aí? Parvoíce. Estás no outro mundo.

«Pai deitado a esta hora já?»

A voz do meu orgulho de filha parecia longe, muito longe. Ouviste-a tão bem como eu, não foi? Estás aqui eu sinto-te. Amas-me, beijas-me, abraças-me, deitas-te ao meu lado, pedes-me a minha alma.

«Pois, parece que sim. Mas ainda é bem de manhã.»

«São três da tarde e estás aqui enjaulado. Oupa seu tolo levanta-te»

O calor abraçou-me pela primeira vez em muito tempo. O sol raia na minha cara e as janelas embaciaram com o bafo de uma vida passada. Ficaram tão foscas quanto a minha visão desgastada pelo tempo. A bengala já não chegava para me segurar. Que se dane.
O estrugido chegou-me ao nariz. Inalei. Agrada-me. Graças a deus tenho saúde para comer o que quiser. È uma bênção. Sou forte por dentro, forte por fora. Tenho fé, tenho vida. Tenho amor escondido na fuligem que me cobre desde que aqui não estás. Tenho o prazer de respirar felicidade, envelhecida felicidade. Tenho vida coberta por pó de ouro que me protege e espera vigorosamente até ir ter contigo. Sou velho, e hoje sou sábio. Descobri que tenho o que mais importa. O que me mata? Nada. Mas ao mundo mata a preocupação de viver pelas grandes coisas e não pelas pequenas. Ri-te das rugas que aparecem no rosto, das malandrices, das noites passadas a discutir, dos dias em que a doença levou a melhor sobre ti. Ri por estares aqui e agradece. Há para quem um piscar de olhos significa mais um milésimo de segundo em que a vida os obriga a lutar.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

...(Des)Espero...

Eu sabia e tu também. Era fogo ardente de uma noite, sedento de prazer, amor e, talvez, calor. Não sabia e tu também não, que os nossos olhos tinham mais do que essa aparente voluptuosidade recheada de paixão abrasiva, obsessiva, prematuramente instalada em ti, inconscientemente crescente em mim.
Sobre o meu peito pareces encontrar paz. Impávida e serena. Plácida. Sem desconfiar que dentro de mim uma miríade de sentimentos invade o mais íntimo e sofrido pedaço de alma, descansas.
Estremeço quando os teus olhos pousam em mim como pétalas, cor de avelã, suaves, expectantes. Era tudo que menos queria sentir. Tocaram o meu coração. Jamais sentira tanto medo. É o preço a pagar. Pobre de mim. Só sei o preço desse olhar mas recordo-me que “cínico é aquele que sabe o preço de tudo e o valor de nada”.
O medo circula-me nas veias, consigo respirá-lo. Cobre-me como fuligem negra e poeirenta.
Será este algum vírus teu com o qual me contaminas? Estou eivado por sentimentos imundos e destruidores. Onde está o valor? Onde está o Amor?
A respiração cessou. O mundo parou. A mente escamoteou pela última vez. Beijaste-me. Cheirou-me a camomila. Na verdade cheirou-me a Mundo, fértil, aromático, iluminado e soprado de uma ponta a outra. A temperatura pareceu ter descido 10 graus. Engoli em seco. Arderam-me os olhos ao conter as lágrimas, que ainda assim caíram. Limpaste-as com as tuas mãos de veludo, e cantaste-me um Amo-te ao ouvido.
Uma torrente de sentimentos passados quebrou a barreira entre mim e ti.
Mas hoje não. Não vou admitir. Sou orgulhoso demais. Desculpa. Por mais maravilhoso, mirífico, e imaculado que me sinta agora não saberei expressar-me. Eximiste-me de palavras há muito.
Parecendo adivinhar o que pensava tocas-me os lábios, os teus olhos pareceram quase fechar-se mas o teu rosto esboçou um largo sorriso.
Ontem tinha esperança de ter esperança. Hoje, já sei por quem os sinos dobram.
E o Sempre nasceu do nada…

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Parabéns Amor da minha Vida*

Hoje vou-te falar de Amor.
Vou-me poupar em palavras mas não naquilo que sinto.
Quem diria que algum dia ia-mos ficar juntos. Era-mos só duas pessoas num hotel ao lado de uma praia linda. Duas pessoas que nem sonhavam que um ser superior se pudesse preocupar com o seu Amor. Ou que esse Amor pudesse ser assim tão Perfeito. Diria antes, mereço eu alguém tão Perfeito quanto você?
Continuando…enquanto todos falavam no jantar, eu olhava para si e pensava naquele dia na praia. O primeiro.
Sonho com esse dia, o seu olhar nos meus olhos verdes típicos, o meu rosto nos seus olhinhos que tanto me contavam. Beijar-te foi o melhor da mia vida. Ainda hoje o é. Num segundo senti Amor. O Amor que nunca tive.
A água embalava em nós, mas tudo que queria era sentir a sua pele junto da minha, o seu corpo enamorando o meu sem querer parar.
Depois desse dia aprendi a Amar. Amar de verdade. Os meus olhinhos de criança mimada em nada o escondem. Aprendi que a Perfeição existe, a perfeição que é viver do seu lado, que é você, que somos nós.
Daí até ao dia de hoje fomos lutadores. Lutamos contra os meus pais e contra coisas que o bom senso não saberia explicar. Pus-te em risco e dei a mia vida para te salvar. Criei tudo isto. Toda essa tristeza. Esse olhar. A raiva que sentes por mim. Pior, o teu pleno Amor e paixão por mim…
Podia nem sequer estar aqui…
Mas hoje enquanto te olhava senti que to devia dizer, mesmo que pela última vez, que eu não sou nada sem você!
A minha vida está no nada, antes você tinha-a, você cuidava dela!
Hoje só eu te posso dizer isto! Fazes-me falta como nunca alguém fez! És o mais importante na minha Vida!! Sem ti sou isto que vês. Nada. Fazias-me feliz. Hoje só a imagem do seu sorriso me faz sorrir também.
Eu quero-te! O meu coração quer-te! A minha Alma quer-te!
E eu mesmo fraquinho, triste, desanimado, com esta dor insuportável no coração…


MAIS QUE TE AMO PARA TODA A MINHA VIDA!!!










Tou paqui tipo pito chorão a estas horas não da com nada amor =9)

sábado, 10 de janeiro de 2009

Ultimo comboio para casa...

Nova Iorque jamais mudará. Tal como eu.
As ruas cheias de gente são como manchas no meio da neve que queda apressada mas docemente, imaculada, apenas eivada por transeuntes que em tudo se assemelham, alias tudo se assemelha hoje em dia, estamos estandardizados.
Lá está o meu espírito crítico a falar mais alto (risada).
Acho engraçado. Visto-me com todos os agasalhos, de marcas cuja reputação é considerável, mas o frio dentro do meu peito não desaparece. Será que mais ninguém sente?
Times square fica ao virar da esquina, tal como o meu escritório. A minha reputação cresceu muito no último ano. Ando na boca do mundo, ou melhor, na boca de Nova Iorque.
A minha vida resume-se a isso. Escritório, casa, trabalho em casa, e dormir. Não se pense que não trabalho o corpo, claro que trabalho. Tenho pensado muito nisso. Ando mais sóbrio de pensamentos. Ando sozinho o tempo todo, falta-me sempre algo. Pelo menos, a voz que me fala cá dentro assim o diz. Vejo fotos da minha linda mulher, a primeira vez que a vi, a primeira vez que a beijei, e a difícil primeira vez em que disse que a amava. Bons velhos tempos.
Sacudo a gabardine. A neve é persistente, tal qual a minha dor. Só não tenho a paz do branco puro, limpo, quase apoteótico dela.
Hoje não! Hoje vou descodificar o enigma da minha alma. Vou ter contigo meu amor. Vamos passear, vamos ao teatro, fazemos amor no elevador do shopping center, digo que sempre te Amei. Sei que sentes falta.
Apanho o primeiro táxi que parar e vou abrigar-me em ti. Nós homens esquecemo-nos do coração com facilidade. Jurei estar contigo para todo o sempre e nunca estou sequer perto de ti.
“Desculpe, pare por favor”- gritei eu num ápice. Saio do táxi com olhos de sonhador, aqueles olhos de menino que me caracterizem até na minha meia-idade. O piso estava escorregadio mas eu corria desalmadamente e paulatinamente alcançava a porta da general store. Comprei aquela caixa de chocolates que ela sempre adorou, e a florista vendeu-me o mais bonito e aromático ramo de flores que algum dia tinha presenciado. Saí incansável e apanhei o táxi para casa. Um lindo apartamento, luxuoso, com apenas o necessário, bem ao estilo americano. Vesti um belo fato gucci e desci as escadas degrau a degrau, como se fosse a primeira vez que os descia. Que dia de sorte! Mal saio da bonita entrada do prédio, vejo-te lá bem no inicio da terceira avenida. Dei uma boa gorjeta a um grupo de crianças que saltitava no meu jardim e fomos agrupados até ela. Começaram a chover pétalas atiradas pelos meninos de á pouco. Agarrei-a e beijei-a com toda a vontade e desejo do mundo.
“Desculpa. Eu Amo-te”- proferi eu ao teu ouvido. Tinha saudades do teu cabelo no meu rosto. Tinha-me esquecido do teu, já natural, cheiro delicioso. O mundo sublunar em que vivemos torna-nos robots. Nós sim estamos a ser modernizados com peças novas que são inveja, esquecimento, e um vazio tremendo no coração, ou diria antes “computador central”.
E o dia aqueceu-me cá dentro graças a ti!












Queria apenas desejar um feliz 2009 a todos =0) e queria referir duas coisas....

primeiro...o nosso primeiro ministro abençoado seja é muito inteligente...disse que entramos em recessão loool que ser humano inteligente looool


segundo...o impossivel aconteceu...NEVOU EM RIO TINTO =0)