sábado, 10 de janeiro de 2009

Ultimo comboio para casa...

Nova Iorque jamais mudará. Tal como eu.
As ruas cheias de gente são como manchas no meio da neve que queda apressada mas docemente, imaculada, apenas eivada por transeuntes que em tudo se assemelham, alias tudo se assemelha hoje em dia, estamos estandardizados.
Lá está o meu espírito crítico a falar mais alto (risada).
Acho engraçado. Visto-me com todos os agasalhos, de marcas cuja reputação é considerável, mas o frio dentro do meu peito não desaparece. Será que mais ninguém sente?
Times square fica ao virar da esquina, tal como o meu escritório. A minha reputação cresceu muito no último ano. Ando na boca do mundo, ou melhor, na boca de Nova Iorque.
A minha vida resume-se a isso. Escritório, casa, trabalho em casa, e dormir. Não se pense que não trabalho o corpo, claro que trabalho. Tenho pensado muito nisso. Ando mais sóbrio de pensamentos. Ando sozinho o tempo todo, falta-me sempre algo. Pelo menos, a voz que me fala cá dentro assim o diz. Vejo fotos da minha linda mulher, a primeira vez que a vi, a primeira vez que a beijei, e a difícil primeira vez em que disse que a amava. Bons velhos tempos.
Sacudo a gabardine. A neve é persistente, tal qual a minha dor. Só não tenho a paz do branco puro, limpo, quase apoteótico dela.
Hoje não! Hoje vou descodificar o enigma da minha alma. Vou ter contigo meu amor. Vamos passear, vamos ao teatro, fazemos amor no elevador do shopping center, digo que sempre te Amei. Sei que sentes falta.
Apanho o primeiro táxi que parar e vou abrigar-me em ti. Nós homens esquecemo-nos do coração com facilidade. Jurei estar contigo para todo o sempre e nunca estou sequer perto de ti.
“Desculpe, pare por favor”- gritei eu num ápice. Saio do táxi com olhos de sonhador, aqueles olhos de menino que me caracterizem até na minha meia-idade. O piso estava escorregadio mas eu corria desalmadamente e paulatinamente alcançava a porta da general store. Comprei aquela caixa de chocolates que ela sempre adorou, e a florista vendeu-me o mais bonito e aromático ramo de flores que algum dia tinha presenciado. Saí incansável e apanhei o táxi para casa. Um lindo apartamento, luxuoso, com apenas o necessário, bem ao estilo americano. Vesti um belo fato gucci e desci as escadas degrau a degrau, como se fosse a primeira vez que os descia. Que dia de sorte! Mal saio da bonita entrada do prédio, vejo-te lá bem no inicio da terceira avenida. Dei uma boa gorjeta a um grupo de crianças que saltitava no meu jardim e fomos agrupados até ela. Começaram a chover pétalas atiradas pelos meninos de á pouco. Agarrei-a e beijei-a com toda a vontade e desejo do mundo.
“Desculpa. Eu Amo-te”- proferi eu ao teu ouvido. Tinha saudades do teu cabelo no meu rosto. Tinha-me esquecido do teu, já natural, cheiro delicioso. O mundo sublunar em que vivemos torna-nos robots. Nós sim estamos a ser modernizados com peças novas que são inveja, esquecimento, e um vazio tremendo no coração, ou diria antes “computador central”.
E o dia aqueceu-me cá dentro graças a ti!












Queria apenas desejar um feliz 2009 a todos =0) e queria referir duas coisas....

primeiro...o nosso primeiro ministro abençoado seja é muito inteligente...disse que entramos em recessão loool que ser humano inteligente looool


segundo...o impossivel aconteceu...NEVOU EM RIO TINTO =0)



2 comentários:

Ana Moreira disse...

Um belo texto de amor, Diogo. Muito romântico, muito suave e, como sempre, óptimo de se ler! :)Gosto particularmente da tua capacidade de descrição. Levaste-me a Nova Iorque.
Concordo plenamente quando dizes que os homens, por vezes, se esquecem do coração. Não faz mal, as mulheres às vezes esquecem-se da razão. :b

Para adicionar música ao blog basta ao personificar colocar mais uma aplicação (HTML/JavaScript) e depois copiares o código da música no site imeem. :)

um grande beijinho

Catas disse...

sempre com textos fantasticos e aliciantes, parabens :)
e agradeço desde ja o teu comentario por saber q ha sempre alguem do outro lado q sabe sentir as palavras escritas.

beijinho *