Caio com a cabeça no parapeito da janela, a tristeza pesa mais que a gravidade. A respiração é quase nula como se tivesse a hibernar, a mágoa aperta. Aquela noite. Aí aquela noite! Não me sai da cabeça, é a dor fundeada na minha essência. Cabisbaixo tento olhar em frente, mas não vejo mais que aquela velha árvore do meu jardim. Nestas alturas fala-se para o ar, como se passássemos a acreditar em Deus, como se ele fosse a atmosfera, a água, o céu e a terra.Não pode ser! A sociedade está em depressão. Porque buscas o que não vês? Acreditas? Acredita! Deus não é ser mais papista que o papa, vestido com longas vestimentas bordadas a ouro, pago com maquias exorbitantes de pessoas que passam fome. É a ironia da vida, o engano dos cegos, a fome dos pobres. Só um louco desejaria sofrer, mas quem sofre jamais perderá a sua humildade. Procura esse equilíbrio. A vida não é fácil. Não te enganes. A minha não é. A tua não há-de ser.
Deslizo para fora daquela janela. Começou a chover. O Vento dança valsas alegres nas copas das árvores. A vontade foi enorme. Apoderou-se de mim. Saí pela porta fora como se esperasse algo do outro lado (ou alguém). Era só chuva. Pronuncio de solidão. Uma pequena flor desabrochava no chão, apesar da Natureza adversa. Passei a mão numa carícia. Como podes tu estar de pé, debaixo da torrente de água, e eu aqui? Perguntei, recordo-me.
Dá força. Liberta esperança. Canta vitória. Não estás sozinho. Luta, a força está na vontade. Emancipa-te. O mundo é bom por ser assim. Tudo sobe, tudo desce. Tudo cresce, tudo acontece. E tu? Revoluciona! Acredita! Sente de coração e deseja!
A chuva parou. O sol raiou. Ela chegou a tua porta…
Dá o grito do Ipiranga!!! Que liberdade...
Peço desculpa pela demora mas as frequencias dão-me cabe dos planos todos =0)


